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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Baco



Quero rasgar essa roupa que impede meu corpo
De chegar até teu corpo
E soltar as amarras da moralista sociedade
Que nos impedem de nos amarmos
Agora hoje sempre amanhã e também nas segundas-feiras
Nos ambientes noturnos soturnos sortudos
E romper as cascas do seu fruto
– proibido –
Comê-lo digeri-lo engoli-lo vorazmente

E poder matar minha fome exagerada e hedônica
Que tanto me tem consumido e enlouquecido…
Quero falar no seu ouvido e sussurrar gemidos
Gastar do meu alfabeto principalmente as vogais
Esquecer que um dia nos prenderam as morais
Dessa crença louca frouxa rouca pouca
Que tanto nos impediu de gozar
O amor!
E, depois,
De dadas as mãos olharmos nos olhos
Acabarmos com nós mesmos
E respirarmos a mesma respiração forçada
Desatarmos os nós na entrada,
Teremos atingido o ápice do nada
Do tudo o que tivemos sem ter
Do paradoxo do sofrimento gozoso de estar com você
Da inocência perdida negada derramada
Nas lixeiras da vida. (Juliana Barreto)

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