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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Pisando os tijolos do caminho de Oz



Descobri que eu já havia visto pedaços e vestígios de você
Em outros momentos, em outros relacionamentos,
Vividos e sonhados antes.
Como ao passar o meu dedo indicador, delicadamente,
Naquela tatuagem,
Não ao peito, mas num braço,
Num tão branco e brilhante braço,
Fazendo nascer pensamentos, despertar desejos
E se abrir em meu rosto um tão inesquecível sorriso infantil.
Como naqueles desencontros,
Sem saber o que sentia por mim,
O frio na barriga e a voz que não saía, o suor que escorria

Pela testa,
O nó na garganta,
Não numa praça, mas numa festa,
Numa qualquer festa,
Que terminava numa declaração de amor dele para ela.
Como ao olhar naqueles olhos castanhos, e,
Sentada com as pernas abertas de forma pueril,
Eu o via agachado à minha frente,
Entre minhas pernas que tremiam
E ele pintava com os dedos em meu rosto
Um desenho tão infantil.
Um momento tão mágico
Quanto aquele rosto de nariz grande
E aqueles olhos que me olhavam
Percorrendo o meu rosto,
Aquela respiração que se confundia com a minha,
Um rosto tão perto do meu que me arrancava suspiros
Engolidos como soluços
Para reprimir meu nervosismo
E meus tão impossíveis desejos.
Como o ouro que você segura em suas mãos,
Que brilha ofuscando os meus olhos
E me dando náuseas.
É o ouro em suas mãos que me afasta e me prende,
Me alegra e me entristece,
Que eu amo e que eu odeio,
Que me leva ao céu e ao inferno em segundos.
O mesmo ouro já visto tocando meu rosto
Em forma de borboleta colorida
E pintada a guache.
E é em cores áureas
Que vejo você sentado num carro
Me dizendo adeus.
Juliana Barreto - 20/12/09.

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